Não há cidade feia quando a luz do sol que se apaga envolve o desenho das nuvens em uma áurea dourada. Nem quando o céu recebe uma golfada iluminada para tingir seu azul em transição. Tampouco quando as árvores se tornam misteriosas, escondidas em suas copas negras. Não há cidade feia quando as pessoas já caminham pela rua tranquilizadas. E contemplam as esquinas refrescadas pela brisa. Nem quando o silêncio vai se sobrepondo aos ruídos dos carros e das buzinas, deixando ecoar apenas os últimos cantos dos pássaros que se recolhem. O concreto dos prédios, perfilados em caos, recebe então a carícia de raios alaranjados, que esmaecem. Não há cidade feia quando a luz dos apartamentos começa a pipocar nas alturas. E em cada lar aceso o brilho de fora se dilui, transformando em sonho o dia que passou. Não há cidade feia, seja ela feita de mar, de mata ou de asfalto, quando chega o entardecer.
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