“O mundo é injusto mesmo”, diz um humorista para o lutador. “Temos por isso o direito de achincalhar as pessoas”, completa, em tom sarcástico de piadista. O lutador concorda e emenda, autoritário.
“A sociedade é mesmo hipócrita. É violenta e condena o UFC, nada mais do que um esporte”.
Cada um com seus sofismas. Na mesa do bar, lutador e humorista bebem cerveja, desabafando um oculto sentimento de culpa.
Quando o dia raiar, sairão pelas ruas por caminhos distintos, trôpegos, defendendo suas bandeiras. Sem perceber que se escondem. Que se embriagam de desculpas e de ilusões. E que, por medo, não tomam atitudes para construir um mundo mais justo e menos violento.