Lembro, subíamos a ladeira
Na beira da praça, em bom silêncio.
Teu passo ritmado guiava o meu,
Como se o tempo não importasse.
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A correia, leve no meio,
Era o fio da confiança.
Entre teu olhar e o firmamento,
Havia em mim uma esperança.
Agora subo só ao relento.
A praça, a mesma; outro é o silêncio.
Teu rastro é sombra no cimento,
Teu latido, um eco no vento.
Tudo ainda tem tua forma:
o banco, a árvore, a noite fria…
Meus passos seguem no teu ritmo,
Mesmo aroma do eucalipto.
A vista das plantas segue igual,
As folhas se movem em uma dança.
Não te esqueço, e o que me basta
É tua presença em minha lembrança.
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