Números

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Números

Fico pensando nesses chefes, imaturos. Eles chegam engravatados, ou de salto alto, e logo se fixam na concretude da tela do computador. Fixam-se também em números, em horários inflexíveis, em detalhes irrelevantes, deixando de lado os relevantes, como um suspiro desgostoso que contamina um ambiente ou um sorriso discreto de um feito pessoal. Consideram-se modernos, alienados por se sentirem extremamente atuais.
São filhos de um dilema mundial. De um lado, a ética humanista, base da justiça social e de qualquer êxito político. Do outro, a tecnocracia, o mecanismo insensível que procura a eficiência. Conflito tão áspero quanto o atrito da foice com o martelo. Luta filosófica pela hegemonia cultural de Gramsci. Neste ponto da história, o comunismo não predominou. Nisso Marx errou. Acertou, no entanto, que prevaleceria o materialismo. Como se vê, na vida, tudo é relativo.

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