Salão

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Salão

Um homem humilde entrou no salão aristocrático. O segurança o barrou. Ele estava com uma roupa amassada, terno encardido, sapato velho. Baixinho e moreno, passava a impressão, por seu olhar carente e volumoso, que se tratava de uma criança. Enquanto via o lustre central, com centenas de lâmpadas expelindo uma luz palaciana, apenas ouviu. “Queira se retirar, não está incluído na lista”. Até se sentia convidado, por ter namorado a nova faxineira da noiva, com quem rompera há pouco, não por vontade própria. Fora lá para entregar uma rosa, que parecia murchar cada vez que ia se afastando. O jeito era se conformar apenas com a vida de mascate. Nem pode retrucar com o “você sabe com quem está falando?” A única coisa que restou desta aventura foi uma lágrima teimosa, que demorou a se desfazer no piso envernizado.

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