Turista

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Disse o escritor Amós Oz que a obra de Jorge Amado o tocou muito mais na infância do que na maturidade. “Não sei se foi eu que mudei ou foi ele!”, brincou. A frase me remeteu às vésperas de uma viagem que eu iria fazer com um grande amigo, anos atrás. Estávamos na praça de alimentação do Shopping Eldorado, um lugar muito frequentado por mim na época.

 

Naquele momento, porém, via tudo com outro olhar. Um olhar mais contemplativo. Estava de férias, sem a pressão de quem vive na cidade. Observava tudo como se fosse um turista. Comentei isso com meu amigo, dizendo frase semelhante. “Parece que estou em outra cidade”. Na verdade, a viagem me trouxe uma inusitada sensação de liberdade.

 

Estava mais descompromissado com minhas amarras de habitante. Eu havia mudado. E por isso, o que me cercava mudou.

 

De repente, Amós Oz também se sentiu livre de suas amarras.

 

Viu-se ele, também, capaz de escrever obras-primas.

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