O radical é quem mais duvida de suas certezas. A angústia em estar em conflito interno é tão insuportável, que a culpa transborda, carregando ódio e ressentimento, projetados naquele que o questionou.
Ele nega, esbraveja, mas se sente diante de um abismo. De um lado, o desejo da certeza. De outro, a própria certeza, inalcançável como as nuvens flutuando sobre as montanhas à sua frente.
O radical, então, afogado na insatisfação interior, sufocado pelo desespero, busca todas as maneiras para preencher este vazio, da forma mais emergencial possível, pois ele desafiou o próprio limite de sua existência e agora não pode retroceder.
Então ele grita, ele agride, ele mata, ele se explode na tentativa urgente de encerrar a discussão, na busca insana pela vitória, não sobre o outro, mas sobre si mesmo.