Aprisionados

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Aprisionados

Há um hospício em uma rua arborizada. A rua é uma ladeira, e o local fica no meio de sua extensão, em um bairro residencial. Um homem subia pela calçada, em direção à esquina onde fica o hospício. Ouvia tranquilamente Don´t Stop Believin’, do Journey, enquanto anoitecia. No momento em que passou pelo muro do manicômio, não escutou nenhum barulho.

 

A construção de dois andares era como um templo misterioso. Era assustadora. Parecia uma tumba da sanidade, um rótulo para os que teriam perdido o próprio fio condutor. Lá fora, uma brisa perfumada refrescava o ambiente acolhedor.

 

Árvores dançavam lentamente. Sobre uma cadeia de telhados das casas tranquilizadas, o céu gris coloria docemente o cenário, sugerindo amplitude, apontando conflitos e soluções por toda a parte embaixo de seu véu alaranjado.

 

Era como uma pintura de aquarela, cuja beleza e profundidade se diluíam em esperança. Sentiu paz interior. Lembrou-se do trecho da música: someone will win, someone will loose.

 

Por trás da quietude, e quando a paz dá lugar à luta, é esse o lema básico da sociedade. Uns loucos irão perder, outros irão ganhar. Dentro ou fora do hospício.

 

Sem se dar conta de como é lindo o cair da noite.

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