Judeia

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Golda Meir costumava olhar Jerusalém de seu apartamento, quando era ministra do Trabalho. Ficava horas contemplando a cidade sagrada espalhada pelas montanhas da Judeia.

 

Enquanto isso, o menino Amós andava pelas ruas de Kerem Avraham, bairro pobre, onde ia a lojas com a vizinha, morta com um tiro na cabeça na Guerra de Independência, atravessava a cidade com a família, para visitar o tio em Talpiot, ouvia o pai desferir seus conhecimentos, seu carinho e suas suaves broncas desagradáveis, tentava ajudar a mãe, introspectiva, sensível e deprimida, descobria o mundo através da leitura e da imaginação, obedecia, temia, confundia-se por ser querido e ao mesmo tempo não ser ouvido, preparava-se para o maior drama, a perda da mãe, para sua ruptura com a cidade, para a ida a Hulda e para a consagração por meio de seu mergulho no mundo que o cercava.

 

Golda viu tudo isso sem saber com precisão, apenas intuindo que olhava para Israel e para seu futuro, marcado, como o título da biografia de Amós Oz, por amor e por trevas.

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