A manhã abre as cortinas dos meus olhos. Me abraça com o manto de sua brisa. Me escuta na amplitude de seu ventre. Me colore com a cor do sol nascente, me refresca como o orvalho faz com a relva.
Todo dia no entanto me adapto, à transição dos períodos na minha vida. As horas passam de maneira incontinenti. Ultrapassam a manhã ao meio-dia. Vejo então a luz que há pouco explodiu.
Arrefecer iniciando nova etapa. Tenho assim de transformar este milagre. E carregar tudo que vi dentro de mim. Mantenho todas as cortinas bem abertas. E preservo o manto sobre os meus ombros.
Prendo toda a amplitude na minha porta. Faço tudo para o frescor ficar na mente. Dia a dia venço algo abstrato. Que flutua além do que o relógio marca. E por mais que o tempo passe e isso arde.
Já não digo para mim agora é tarde.