A sociedade perde suas áreas verdes. Não só para a especulação imobiliária. Mas pela teimosia em não encarar a exclusão social. Regiões de belezas naturais, antes palcos de contemplação e prazer, tornaram-se redutos de pobreza e violência. Marsilac, no sul de São Paulo, é um exemplo.
Miséria e descaso das autoridades se escondem no manto da Serra do Mar. O Parque Ecológico do Tietê está degradado pela falta de infraestrutura e pelo clima tenso.
O fenômeno ocorre mais nas periferias, como no Parque do Pedroso, área de manancial em Santo André. A ganância urbana ultrapassou em selvageria a vida natural nas matas. Nossas matas estão socialmente incendiadas. Ecologia também significa equilíbrio humano.
A palavra homem vem de humus, cuja tradução do latim é terra. O homem veio da terra para fazer dela algo melhor, a cada dia. Floresta não se restringe a esconderijo. E nem é um depósito de miséria.
Rios, montanhas e bosques não são guetos, onde o sangue se mistura à seiva e ao fel da desilusão.