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Conversei com Ben Abraham em seu escritório, com móveis antigos e quadros sobre o judaísmo. Vi em seu olhar cintilante, e na maneira como recebeu meu filho, a verdade da ressurreição. O brilho intenso, os gestos cordiais, a fala curta e mansa me contaram muito sobre alguém que emergiu das trevas, realçando ainda mais sua crença na humanidade.

 

Sinto que ele não acreditaria tanto na bondade se não tivesse conhecido o lado mais brutal do homem. É preciso vivenciar para se fortalecer e para não acreditar que o mal prevalece. Quem duvida do Holocausto, no fundo, não aceita a sua derrota.

 

“Como admitir que morreram seis milhões de judeus e mesmo assim os judeus não sucumbiram, permanecem vivos? Não, não foram seis milhões que morreram, foram menos, porque senão vocês não existiriam mais.

 

Não posso admitir tamanha derrota”, dizem, nas entrelinhas. No fim, Ben Abraham me autografou seu livro. A escrita era trêmula, mais uma vez demonstrando superação neste simples ato.

 

Não me surpreendi ao ler o termo final, antes da assinatura de seu nome.

 

“Com carinho”.

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