Uma mulher robusta e loira senta no banco da escuna e mira o horizonte, as ilhas, sem olhar para os outros passageiros. Anda de cabeça erguida. Finge não ceder aos balanços da onda, às ondulações da vida.
Avista o horizonte como uma rainha pomposa, como se seu biquini não escondesse estrias interiores, mas prendesse um véu a se arrastar pela madeira gasta e molhada.
Os outros tentam pegar nas nuvens seus pensamentos distantes.
Não conseguindo, sentem-se miúdos em seus trajes quase desnudos.
Não percebem que a mulher robusta quer que seja assim.
A mulher robusta tenta esconder que é ela quem está se afogando.