Partida

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Faz tempo, faz tempo. Os movimentos da vida são frenéticos, remontam a histórias lindas, quase lendas, como a de Puskas, que já não vive mais. Quanto ardor, quanta paixão, quanta revolta que se tornaram serenos e contemplativos quando tudo passou, quando o silêncio assumiu o papel de condutor das lembranças e das histórias.

 

Elas se movem na imaginação dos que ficaram, como se eles estivessem em uma arquibancada vazia, em um estádio que dias antes foi palco de uma efervescente final. De concreto, apenas as traves sem rede, o campo amplo, com suas demarcações, algumas marcas de chuteira e o vento balançando as bandeiras de escanteio, flagradas sem função, descansando, saciadas de emoção.

 

Então eu vejo a escalação dos times do Honved e do Combinado Flamengo e Botafogo de um amistoso em 1957, no Maracanã. Duas culturas, símbolos de paixões individuais e de uma era coletiva. Era da brasilidade católica, alegremente triste de Garrincha, Didi, Evaristo e Dida.

 

E da amargura misturada com a esperança daqueles que precisavam tocar a bola pra frente, distantes de sua pátria, renegados pelo comunismo, como os húngaros Kocsis e Puskas.

 

Os nomes citados foram os autores dos gols desta partida, retratos humanos dos talentos e sonhos que alimentaram aqueles dias. Todos em um mesmo campo de jogo, compartilhando um pedaço de suas vidas.

 

De minha parte, só me resta dizer, em linguagem atual e em tom de exclamação. “Que vidas foram aquelas!” “Que jogo foi este!”

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